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domingo, 27 de agosto de 2017
domingo, 20 de agosto de 2017
UM MUNDO DE AVENTURAS
Para quem gosta de adrenalina, o Estado tem diversão de todos os tipos – seja em terra, água ou ar
Tangará é uma pequena cidade no Oeste de Santa Catarina. Seus quase oito mil habitantes descendem de portugueses, alemães e italianos que certamente escolheram aquelas terras mais pelas opções de trabalho do que pela busca de aventuras radicais. Se não fossem os pontos coloridos no céu em dias de sol que lembram pipas de crianças, pouca coisa na cidade daria indícios daquele que é hoje um de seus maiores atrativos. Tangará, que já se chamou Rio Bonito e nasceu às margens da Estrada de Ferro criada para ligar o Estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul, é atualmente a capital catarinense do voo livre. Nos dias claros, o céu fica colorido com os parapentes e asas-deltas saídos do Morro Agudo, a mais de 1.700 metros de altitude. Para praticantes do esporte, a cidade é um dos dez melhores lugares do mundo para voos livres – seu sistema de correntes termais permite voar mais alto e mais longe.
Como Tangará, existem dezenas de regiões de Santa Catarina que se destacam na oferta de esportes de aventura, cujo interesse é crescente no País todo. Segundo pesquisa realizada pela Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), o número de pessoas que procuraram a prática no Brasil subiu 43% de 2012 para 2014. O setor cresce a uma taxa anual média superior a 10% e reúne mais de 2 mil empresas, para um mercado de 4,3 milhões de turistas.
O potencial aventureiro de Santa Catarina, porém, é natural. Montanhas, florestas, praias e as temperaturas amenas fazem do Estado um dos principais destinos do segmento no Brasil. Apesar disso, foi só recentemente que esse potencial começou a ser explorado em toda sua magnitude. No começo de 2015, por exemplo, o governo conseguiu a aprovação de uma lei para a criação de um complexo de turismo de aventura de 16 mil metros quadrados na Serra do Rio do Rastro. É lá, em Urubici que há 12 anos acontece o Desafrio, prova de 52 quilômetros de corrida subindo a serra em pleno inverno.
Aliás, descer (ou subir) a Serra do Rio do Rastro dirigindo também é uma aventura. A SC-438, que corta a serra, tem 284 curvas – algumas com quase 180° – e subidas íngremes. Conforme o turista se acostuma com essa verdadeira montanha-russa rodoviária, a apreensão dá lugar ao prazer de dirigir em um dos locais mais belos do País, numa das rodovias mais incríveis do mundo – na região estão também a caverna Rio dos Bugres, 35 cachoeiras, 14 rios e nove cânions. Passeios a cavalo, em 4x4 e trilhas a pé fazem parte de quase todos os pacotes de viagem para a região.
No litoral e no interior, há boas estradas para trekking e trilhas de mountain biking. Por dentro da Mata Atlântica, atravessam costões e morros à beira-mar e cortam vales e montanhas no interior do Estado. Já o circuito do Vale Europeu tem trajeto que foge das estradas de asfalto e prioriza as estreitas estradas de terra. Nos 300 quilômetros de pedaladas (há roteiros menores e menos exigentes), pedala-se pelo vale dos rios, indo de Timbó até Rodeio, sobe-se a serra em direção às represas, a 700 m de altitude, com belos mirantes, e são frequentes os trechos em que a estrada se embrenha na mata. Cachoeiras e cascatas estão em toda parte e é comum ver praticantes de rapel, cascading e canoying pendurados em cordas nas pedras ou debaixo das quedas d'água. Também são comuns os adeptos do arvorismo se equilibrando em árvores e cordas nos parques do entorno da serra.
A quantidade de rios e o relevo da região faz de Santa Catarina um dos melhores pontos do Brasil para o rafting. Considerado um dos melhores do Brasil para a prática do esporte, o rio Itajaí-Açu e seus afluentes, no Vale do Itajaí, servem tanto ao aventureiro experiente, quanto ao iniciante. Em uma escala de 1 a 6, o rio tem corredeiras do nível 2 ao máximo. Só os atletas mais experientes encaram os níveis mais altos. Comercialmente, opera-se até o 4+, o que já garante bastante emoção, porque se trata de um rio veloz e volumoso. Operadoras credenciadas oferecem passeios com diferentes graus de dificuldade.
Para se aventurar na água sem o nível Indiana Jones de emoção, a canoagem e o mergulho são boas alternativas. Vários balneários, rios, lagoas e parques no interior do Estado oferecem atividades do tipo. Mas é na Reserva Marinha Biológica do Arvoredo, próxima a Florianópolis e Bombinhas, que está um dos principais pontos do ecoturismo catarinense. Considerado o melhor local para a prática do mergulho autônomo no Sul do Brasil, o lugar é abrigo natural de algumas espécies marinhas raras e ameaçadas, além de ser a única reserva federal com remanescentes de Mata Atlântica.
Formada pelas Ilhas do Arvoredo, Galé, Deserta, o Calhau de São Pedro e uma grande área marinha que circunda o arquipélago, a região, localizada entre a Baía de Zimbros, em Bombinhas, e o norte da Ilha de Santa Catarina, é preservada por decreto e possui 17.600 hectares, sendo 98% ocupados por área marinha.
O litoral de Santa Catarina, aliás, é uma espécie de berçário das baleias-francas. De junho a novembro, elas deixam a Antártida para dar à luz e amamentar os filhotes nas águas de Imbituba, Garopaba e Palhoça, principalmente. É possível vê-las da praia com facilidade, mas há expedições embarcadas que levam os turistas a poucos metros dos grandes mamíferos, alguns com mais de 17 metros de comprimento.
Parapentes brasileiros exportados para mais de 70 países
Quem olha em direção ao Morro Boa Vista, em Jaraguá do Sul, percebe os pontos coloridos no céu como confetes. São os parapentes que cortam a paisagem da cidade, muitos deles fabricados ali mesmo pela Sol Paraglaiders, única fábrica de parapentes da América Latina. Aberta ao público, a fábrica virou ponto turístico para os praticantes que visitam o município para voar. Com o esporte em ascensão, o que inclui mais de 20 cursos de voo só nos Estado de Santa Catarina, os parapentes da Sol Paraglaiders são vendidos em lojas de 72 países. Seus 14 funcionários produzem, em média, 120 parapentes por mês, além de itens de vestuário esportivo e segurança. Do total da produção, pelo menos 35% são exportados.
sábado, 5 de agosto de 2017
ESTADO DE CONTEMPLAÇÃO
Não é preciso ser adepto dos esportes de aventura para aproveitar a grande biodiversidade que Santa Catarina oferece
Quando se pensa em ecoturismo, muitas vezes o que vem à mente é o turismo de aventura, com trilhas, tirolesas, rapel e destinado a pessoas com algum preparo físico e muita disposição. Mas não precisa ser sempre assim. Em Santa Catarina, turistas encontram opções para ficar mais próximos da natureza sem precisar abusar da adrenalina – ou do fôlego.
Localizado entre a Serra Catarinense, os Campos da Boa Vista e o Vale Europeu, o Sítio Alto Paraíso oferece aos visitantes a oportunidade de estar em meio à natureza de forma tranquila e sustentável.
Se plantar e colher não fazem parte do seu roteiro de descanso, a região dos cânions catarinenses pode ser uma opção mais adequada. Cânion é o termo usado na geologia para designar um vale profundo com paredes abruptas em forma de penhascos (também conhecido como "garganta"). Conhecida como a "Capital Catarinense dos Cânions", a cidade de Praia Grande, localizada entre Florianópolis e Porto Alegre, concentra as principais opções de hospedagem e oferece infraestrutura bem-preparada para quem quer conhecer a região. A partir de Praia Grande, pode-se fazer diversos passeios para sete cânions e aproveitar as cachoeiras, piscinas naturais e grande variedade de vegetação. Um dos maiores do País, o Cânion do Itaimbezinho localiza-se dentro do Parque Aparados da Serra e é o mais famoso da área. As paredes rochosas de mais de 130 milhões de anos chegam a 720 metros de altura, tornando a experiência impressionante.
Existem duas trilhas a serem percorridas dentro do Itaimbezinho, ambas permitindo contato profundo e contemplativo com a natureza, por meio de sua hidrografia, vegetação, formação geográfica do cânion, impacto ambiental, adaptação do ambiente e fauna associada, com destaque para a grande diversidade de pássaros na região.
A biodiversidade na região é vasta, com aproximadamente 150 espécies de mamíferos, 140 de anfíbios e 1.150 de borboletas e mariposas. Não por acaso está situado ali o maior museu entomológico da América Latina, o Fritz Plaumann. Localizada no município de Seara, Oeste do Estado, a instituição abriga mais de 80 mil exemplares de 17 mil espécies diferentes de insetos, com destaque para a enorme coleção de borboletas. O museu foi fundado pela prefeitura de Seara em 1988 a partir do acervo de Fritz Plaumann, pesquisador autodidata que viveu na região e dedicou sua vida à coleta e catalogação de insetos – das espécies expostas, 1.500 foram descobertas por Plaumann.
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