sábado, 2 de setembro de 2017

MUITA CULTURA E HISTÓRIA

Museus, teatros e registros históricos fazem parte das experiências nada óbvias que Santa Catarina oferece


Os barcos que geralmente aparecem no horizonte nas fotos dos turistas que vistam Santa Catarina também podem ser vistos, sob um novo olhar, no Museu Nacional do Mar, um dos mais importantes do País. Visitar o museu é se sentir no mar sem ir à praia. As 18 salas do prédio estão repletas de embarcações e histórias: miniaturas de caravelas, saveiros, baleeiros reais e uma sala dedicada a Amyr Klink e a embarcação que utilizou para atravessar o Atlântico sozinho durante 100 dias. O fato é que as belezas naturais do Estado e sua vocação para o turismo guardam também muitas surpresas. Museus como o do Mar, o patrimônio arquitetônico criado pelos colonos alemães e italianos, as igrejas centenárias, os sítios arqueológicos, as reservas indígenas (das etnias Kaingang, Guarani e Xokleng); e monumentos sobre a história do Brasil que estão espalhados pelo Estado trazem a mesma beleza que encanta os turistas em busca da natureza, ainda que sem a mesma fama. 


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Santa Catarina foi colonizada por povos de diferentes etnias. Passou por invasões, revoltas e revoluções separatistas ao longo de sua história. Enquanto o litoral guarda vestígios de um passado remoto, o interior do Estado está repleto de caminhos e resquícios do desbravamento e da colonização do Brasil. A Coxilha Rica, em Lages, é prova disso. Em uma área rural com mais de 100 quilômetros de extensão com potencial para o turismo de aventura e o histórico estão os longos muros de taipa erguidos no século XVIII e estradas por onde passavam os tropeiros e que recentemente foram descobertas para trilhas de off-roads e turismo rural, com fazendas abertas à visitação, estalagem e alimentação.

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Depois da chegada dos portugueses, Santa Catarina recebeu ao longo dos séculos levas de imigrantes alemães, italianos e, em menor número, açorianos, poloneses, ucranianos, holandeses, austríacos e japoneses. Ao todo, 22 conjuntos arquitetônicos tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), além das edificações tombadas pelo Estado e pelos municípios, preservam importantes acervos históricos de cada região.

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A arquitetura típica e os monumentos espalhados pelo Estado remetem à cultura de seus colonizadores. O casario típico açoriano é encontrado em quase todos os municípios do litoral. Outros municípios como Urussanga, Orleans (com destaque para a Casa Barzan, monumento da colonização italiana) e Nova Veneza (que tem até uma gôndola italiana) são repletos de prédios de influência italiana, construídos com tábuas largas, lambrequins e varandões. Os prédios com arquitetura alemã aparecem em cidades como São Pedro de Alcântara (primeira colônia germânica catarinense), Blumenau, Joinville e, principalmente, Pomerode, com mais de 300 construções desse estilo incluídas no circuito turístico Rota do Enxaimel

Igrejas Centenárias

Parte da riqueza arquitetônica catarinense, as igrejas de diferentes épocas e estilos seguem a trajetória da colonização do Estado, revelando as influências dos imigrantes europeus. Pelas mãos dos portugueses, em Governador Celso Ramos, foi construída a primeira igreja do Estado, de 1745, e em Penha, a Capela São João Batista, erguida em 1759 – com uma das mais belas vistas da baía da Armação do Itapocorói. Em Blumenau, a Igreja Luterana do Espírito Santo foi feita ao gosto neogótico dos alemães e, em Papanduva, a colônia ucraniana influenciou a construção da Igreja Ucraniana Santo Antônio de Pádua, com características bizantinas.


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Além da arquitetura, hábitos europeus também ficaram pelas regiões do Estado. Desde 1851, ao abrirem espaço na Mata Atlântica para a construção de suas casas e povoados, os novos moradores se deparavam com espécies de orquídeas até então desconhecidas. Encantados pela beleza das flores nativas, os moradores passaram a recolher as plantas e a comparar as variedades. Surgia assim um dos principais eventos do Estado, a Festa da Flores de Joinville.

Estado é o quarto maior produtor

Para os antigos gregos, as orquídeas eram sinal de virilidade e fertilidade; os ingleses viam a flor como símbolo da riqueza, exclusividade, bom gosto e refinamento. No Japão feudal, uma orquídea rara e exótica, conhecida como a orquídea do samurai, representava bravura e coragem. Em Santa Catarina, uma orquídea (a Laelia purpurata), que pode ser encontrada frequentemente em todo o litoral, é a flor símbolo do Estado por motivos históricos. Descoberta em 1847 por François Devos na costa da então Província Imperial de Santa Catarina, atualmente o município de Florianópolis, foi levada para a Europa e floriu pela primeira vez fora de seu habitat natural e de seu país em uma estufa na Inglaterra no ano de 1852. No mesmo ano foi exibida à Royal Horticulture Society em Londres, proporcionando desta maneira o seu estudo, sua descrição e classificação.

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Mais de 130 anos depois de sua descoberta, em 21 de julho de 1983, foi escolhida como um dos símbolos de Santa Catarina com a promulgação da Lei Estadual nº 6.255, pelo então governador Esperidião Amim. Fora os eventos que escolheram a flor como símbolo do Estado, Santa Catarina tem tendência à floricultura. É o quarto maior produtor de flores do Brasil, mercado que tem crescido e movimentado cifras na casa dos bilhões de reais, e tem diversas atrações para quem gosta de floricultura.

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Joinville é um dos principais polos produtores do Estado e há 77 anos celebra a Festa das Flores. A preferência catarinense pela orquídea também encontra respaldo na festa, onde elas são protagonistas. Neste ano, mais de 4,5 mil exemplares da planta farão parte da festa que acontece entre os dias 17 e 22 de novembro, no Expoville. Apesar da grande quantidade de parques no Estado, só em 2015 Santa Catarina ganhou oficialmente um Jardim Botânico reconhecido pelo Sistema Nacional de Jardins Botânicos (SNJB) e pelo Ministério do Meio Ambiente.

Onde apreciar plantas pelo estado:

O prédio onde funciona o herbário é um dos pontos turísticos de Itajaí. Idealizado pelo padre e ex-diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Raulino Reitz, a instituição tem 42 mil plantas da flora catarinense e outras 11 mil de Estados vizinhos. 

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Brusque ficou famosa pela festa do Marreco, mas também tem relevância botânica. No Parque Zoobotânico, com 120.000 m2 em meio à Mata Atlântica, estão expostas cerca de 300 espécies de plantas exóticas e algumas em perigo de extinção. 

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Um dos cinco relógios de flores do Brasil também está em Santa Catarina. Inaugurado há 15 anos para celebrar o aniversário de 150 anos de Blumenau, o relógio tem engrenagem elétrica e espécies de flores trocadas regularmente. 

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