terça-feira, 1 de novembro de 2016

SERRA CATARINENSE BERÇO DO TURISMO RURAL

Serra Catarinense, também chamada de Planalto Serrano, disputa a atenção dos turistas com a vizinha toda poderosa gaúcha, mas tem muito a oferecer em atrações. Morros, campos, cânions, cachoeiras, nascentes de rios e lagos formam um cenário que se espalha por várias cidades serranas, como São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Lages, Urubici, Urupema, Painel, Bom Retiro, entre outras. A região possui 18 cidades com populações que vão de dois mil a 160 mil habitantes. 

O lugar é ideal para quem procura descanso e um contato direto com o cotidiano de uma fazenda. A tradição marca presença em fazendas da Coxilha Rica, península situada entre os rios Lavatudo, Pelotas e Pelotinhas. Na região, que tem 800 quilômetros quadrados, é possível visitar casas do século 19 e, mais que isso, se hospedar nelas. Móveis da época e uma decoração rústica dividem espaço com a fartura da mesa de café-da-manhã, que reúne delícias típicas da vida rural. Um exemplo é a Fazenda São João, de 1800, a 54 quilômetros do centro de Lages, que hoje abre seus oito quartos para hóspedes, incluindo o jantar e o café da manhã do dia seguinte. 


Mas nem só de sossego vive a Serra Catarinense. Quem gosta de aventura também tem várias opções, como caminhadas por trilhas, trilhas para veículos 4x4, banhos em cachoeiras belíssimas (se o frio deixar), caminhadas para observação de pássaros, tirolesa, rapel, entre outras atividades. 


Turismo rural 



Lages, o maior município da Serra Catarinense, tem 160 mil habitantes e é considerado o berço do turismo rural no Brasil. Foi lá que as primeiras fazendas se transformaram em hotéis, na década de 80, oferecendo aos turistas o cenário ideal para um contato direto e genuíno com a natureza e com o ambiente rural. Os visitantes podem ter experiências típicas da fazenda, como cavalgadas, ordenha de vacas, pescarias, churrasco a moda gaúcha e festas típicas nos famosos galpões crioulos, regadas a música campeira e comida feita em fogão a lenha. 


A tradição das fazendas continua, mas a modernidade chegou para aumentar o conforto dos hóspedes. No Hotel Fazenda Boqueirão, por exemplo, aquecimento central, antenas parabólicas, acesso a internet, piscina coberta e aquecida, sauna, massagem e outras regalias somaram-se ao ambiente da fazenda. Terceiro hotel de turismo rural no Brasil (os dois primeiros também ficam em Lages), o Boqueirão fica em uma área de 7.500.000 metros quadrados. Além dos passeios a cavalo, que tem como atração a lida campeira e o cotidiano da fazenda em plena atividade, as trilhas do Boqueirão Trail em veículos 4x4 pela região da Coxilha Rica são imperdíveis. Os visitantes podem apreciar as fazendas históricas, que preservam cenários e tradições centenárias. 

A modernidade e o conforto também estão presentes no Rio do Rastro Eco Resort, em Bom Jardim da Serra. Com chalés aconchegantes a beira de um lago, o hotel fica a 220 quilômetros de Florianópolis e as margens do Parque Nacional de São Joaquim. Entre os destaques da estrutura do Rio do Rastro estão camas king-size, calefação, lareira e jacuzzi dentro do quarto. O Casarão, construção que concentra as atividades de lazer do hotel, oferece academia de ginástica, sala de TV com acervo de DVDs, salão de jogos, piscina coberta e aquecida, bar, loja de souvenirs, além de jacuzzi ao ar livre. Os aventureiros, que não se contentam apenas com os momentos de relaxamento no hotel, podem se esbaldar em passeios pelos arredores da fazenda, a pé, a cavalo ou em veículos 4x4. Guias acompanham os hóspedes a passeios como cavalgadas ao Cânion da Ronda, caminhada pela Trilha do Puma Solitário, pesca de truta, entre outros. O Morro da Igreja e o Morro do Corvo Branco, em Urubici, também são opções de passeios mais distantes pela região. 


A Europa é aqui? 

A Serra Catarinense também é um convite pra quem quer conhecer o inverno mais europeu do Brasil. Apesar de decepcionar algumas pessoas, que não conseguem ver a tão esperada neve nos poucos dias em que visitam a região, o inverno de 1996 entrou para a história e na memória dos habitantes como o mais frio dos últimos tempos.Na época, além de neve mais abundante, a temperatura chegou a 17 graus negativos em Urubici, mais precisamente no Morro da Igreja, que tem 1822 metros de altitude. Em 2007, no dia 29 de maio, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), São Joaquim registrou cinco graus negativos, batendo um recorde que pertencia ao ano de 1968. E até hoje tem gente comentando também o rigoroso inverno de 2000.


Se a neve não dá as caras sempre, a geada é mais presente, mesmo quando oficialmente, pelo calendário, ainda é verão. Não adianta se empolgar se a noite está estrelada. Ao acordar, você pode ser surpreendido com um cenário branco e ser incapaz de enxergar um palmo a frente do seu nariz. As geadas chegam a acontecer cerca de 40 vezes por ano, quando o orvalho da manhã congela. Dai as placas de cuidado: gelo na pista cumprem a sua função. Algumas vias de acesso, como as serras do Rio do Rastro e do Corvo Branco, ficam intransitáveis. 

Dicas 


Não se decepcione se não conseguir fazer alguns passeios por causa do mau tempo e da névoa. Alguns simplesmente não valem a pena se a névoa estiver forte, e o tempo na Serra Catarinense é imprevisível. O Cânion das Laranjeiras (a 20 quilômetros do centro de Bom Jardim da Serra), é um exemplo. Localizado na Fazenda Santa Cândida, o acesso ao cânion é feito por trilhas acompanhadas por guias e não faz sentido caminhar por cerca de 40 minutos, chegar ao topo e não enxergar um passo a sua frente. 


Leve roupas confortáveis e ideais para trilhas. Algumas são bem tranquilas, ideais para iniciados, como a do Puma Solitário, no Rio do Rastro Eco Resort, em Bom Jardim da Serra.


Mesmo que opte por conhecer a Serra Catarinense no verão, leve roupas de frio. A noite e muitas vezes até durante o dia, a temperatura fica mais baixa e o frio é úmido. 

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